terça-feira, 29 de abril de 2014

HOMENAGEM AO VELHO E BOM BOTECO

Como é véspera da véspera de feriado, resolvi prestar uma singela homenagem ao velho e bom boteco. Um pequeno quadro de giz narrando o petisco do dia, copo americano, sabores simples, cerveja gelada, uma forte sonoridade de vozes e quando muito, uma toalha quadriculada (para os mais chiques). Não há um lugar neste “mundão de meu Deus” que não tenha um bom boteco... Foi sempre nos botecos da vida onde surgiram meus melhores insights, onde tomei grandes decisões, mesmo que tenha desistido de executá-la na manhã seguinte, ouvi os melhores e os piores conselhos (quem nunca ouviu ou mandou o velho e bom “vai por meem...”) e tive os melhores papos da vida. Foi sempre lá que ouvi as narrativas mais interessantes sobre vidas alheias, narrativas essas que eu teria parado de ouvir na 13° vez que a pessoa repete o “calma aí que eu não terminei, to chegando lá” caso estivesse ouvindo o tal papo em outro local. É um lugar que rompe volta e meia uma acalorada e insignificante discussão do tipo “pessoas que gostam de gafanhotos canhotos nascidos no leste do Cazaquistão tendem a ser mais burras que pessoas que adotam golfinhos destros no sul da Califórnia”, e ainda juram que viram tal reportagem em alguma revista científica mas que não conseguem encontrar agora pois o wi-fi está fraco. E é incrível como dentro de alguns minutos a conversa vai parar no “quem viu o vídeo do cara que surtou de felicidade quando descobriu que estava na festa open bar”, e aquela mesa que estava discutindo há muitos decibéis há 3 minutos, agora se encontra-se as gargalhadas. Vai entender...ou não. Boteco não é pra entender, é pra sentir, tudo que cada conversa sem pé nem cabeça, cada enquete inútil e cada decisão tomada de rompante que nunca será executada tem para nos oferecer. É pra expor ideias, ideais, paixões, fraquezas. É pra ir do alfinete ao foguete, do tamanho das bundas até a atual situação econômica, é pra ir da discórdia ao município de Concórdia, pra num instante e num repente, alguém comedido pedir a parcial, e todos irmos embora, modificados de alguma forma pelo excesso de informações absorvidas...Ou, quem sabe...pedir pro Zé reabrir a conta...

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